A cafeína é uma substância que atua como uma droga psicoativa com efeitos ergogênicos e estimulantes. Por ser legalmente acessível sem qualquer regulamentação e influenciar o cérebro ou humor de qualquer indivíduo, as consequências para a saúde são de particular interesse para os pesquisadores, especialmente pelos efeitos no desempenho cognitivo e na saúde cardiovascular.
O consumo de 100 mg / dia de cafeína é capaz de impactar positivamente várias funções cognitivas, diminuir a letargia e a fadiga, além de aumentar o vigor. No entanto, altas concentrações de cafeína acima de 400 mg / dia podem se tornar tóxicas, causando vômitos, dor abdominal e rabdomiólise. Embora a cafeína seja geralmente bem tolerada, alguns indivíduos relatam sintomas como taquicardia, tremores e até mesmo ansiedade após o consumo.
A resposta fisiológica do consumo de cafeína pode variar amplamente entre indivíduos, de acordo com suas características genéticas. O metabolismo da cafeína ocorre principalmente no fígado por meio do sistema do citocromo P450 (CYP1A2) e variações nos genes que codificam as proteínas CYP1A2 e do receptor que induz a sua atividade (hidrocarboneto de arila – AHR), bem como do receptor 2a da adenosina (codificados pelo gene ADORA2A) podem impactar o metabolismo da cafeína e potencializar a neurotransmissão dopaminérgica.
Polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) nos genes mencionados se associam ao uso habitual de cafeína. Polimorfismos no gene ADORA2A (rs5751876 e rs35060421) foram associados à ansiedade auto-referida, com os genótipos TT e 2592Tins / Tins relatando maior ansiedade, respectivamente. Variações nos genes ADORA2A (rs5751876, rs2298383, rs4822492) e do receptor de dopamina DRD2 (rs1110976) foram associados à ansiedade em 102 indivíduos que faziam pouco ou nenhum uso de cafeína.
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Um estudo com pessoas fumantes identificou que o genótipo CYP1A2 (rs762551) AA metabolizaram cafeína (100mg) mais rapidamente do que portadores do alelo C e é sugerido que o genótipo CYP1A2 (rs762551) AA pode conferir alta indutibilidade e atividade de CYP1A2.
Alterações de frequência cardíaca pós-exercício com uso de 300 mg cafeína foram semelhantes entre os grupos de genótipos CYP1A2 (AA vs. portadores do alelo C), enquanto heterozigotos CYP1A2 demonstraram aumentos na pressão arterial sistólica e indivíduos com o genótipo CYP1A2 AA não seguiram a ingestão aguda de cafeína.
Nesse sentido, exames de variantes genéticas podem auxiliar a identificação de genótipos e auxiliar a prescrição dietética personalizada, especialmente para determinação quantitativa e qualitativa de café puro, bebidas energéticas e gaseificadas, chás e chocolates.
Referências:
- Fulton J, Dinas P, Carrillo A, Edsall J, Ryan E, Ryan E. Impact of Genetic Variability on Physiological Responses to Caffeine in Humans: A Systematic Review. Nutrients. 2018;10(10):1373.
- Al Reef T, Ghanem E. Caffeine: Well-known as psychotropic substance, but little as immunomodulator. Immunobiology. 2018;223(12):818-825.
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