Nos últimos anos muito estudos tem apontado que o intestino possui muitas funções além da digestão e absorção de nutrientes, e atua como um “segundo cérebro”, afetando nosso humor e apetite. Desta maneira, também é possível pensar que o intestino e seus microrganismos habitantes, denominada microbiota intestinal, podem desempenhar um papel em nossos desejos por certos tipos de alimentos.
E como ocorre esta relação chamada de “Eixo intestino-cérebro”? A microbiota intestinal produz uma grande variedade de substâncias e o intestino contém muitos dos mesmos neurotransmissores que o cérebro, em uma “rede” conhecida como sistema nervoso entérico. Esta comunicação é bidirecional e pode influenciar muitas funções no organismo, incluindo a regulação da alimentação.
A microbiota intestinal é influenciada por diversos fatores, entre eles o estresse. A relação entre o consumo alimentar, eixo intestino-cérebro e estresse foi avaliada por pesquisadores que verificaram que a presença de determinadas bactérias pode afetar fortemente as respostas do cérebro. Em estudo experimental, um grupo de ratos “livres de germes” foi exposto de maneira controlada a diferentes tipos de bactérias, enquanto outro grupo de ratos foi mantido sem este contato. Quando expostos a uma situação de estresse, ambos os grupos responderam a ela da forma como deveriam, porém, os animais sem bactérias apresentaram uma reação muito mais exagerada do que aqueles que possuíam a microbiota intestinal normal.
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Desta forma, percebeu-se que as bactérias poderiam desempenhar papel na boa resposta a alguns estímulos e auxiliar na manutenção dos níveis de estresse normais.
Muitas bactérias intestinais também podem produzir substâncias relacionadas à regulação da fome como o peptídeo YY e GLP-1. Isso levanta a possibilidade de que as bactérias possam influenciar diretamente o comportamento alimentar humano através de seus subprodutos e, consequentemente, podem interferir na regulação do apetite.
O momento de isolamento social pelo qual estamos passando é favorável ao estresse e pode levar a alteração das bactérias que habitam nosso intestino (disbiose). É possível verificar estas alterações através do Sequenciamento Genético de Microbiota Intestinal. Através desta análise, é possível verificar quais são os pontos de disbiose de cada individuo e realizar uma intervenção personalizada.
Referências
- Bliss ES, Whiteside E. The Gut-Brain Axis, the Human Gut Microbiota and Their Integration in the Development of Obesity. Front Physiol. 2018;9:900. Published 2018 Jul 12. doi:10.3389/fphys.2018.00900
- Mayer EA. Gut feelings: the emerging biology of gut-brain communication. Nat Rev Neurosci. 2011;12(8):453–466. Published 2011 Jul 13. doi:10.1038/nrn3071
- Hussain, S., Bloom, S. The regulation of food intake by the gut-brain axis: implications for obesity. Int J Obes37, 625–633 (2013). https://doi.org/10.1038/ijo.2012.93
- van de Wouw M, Schellekens H, Dinan TG, Cryan JF. Microbiota-Gut-Brain Axis: Modulator of Host Metabolism and Appetite. J Nutr. 2017 May;147(5):727-745. doi: 10.3945/jn.116.240481. Epub 2017 Mar 29.
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