Microbiota intestinal influencia o desejo por comida?

Quem diria que os pequenos organismos que habitam nosso intestino poderiam influenciar nossos hábitos alimentares? O universo de trilhões de microorganismos chamado de microbiota intestinal (MI) pode participar na sinalização bidirecional do eixo cérebro intestino e, ao modificar seu equilíbrio, estimular mecanismos hedônicos, que aumentam o desejo de comer.

A fome emocional pode ser considerada uma tendência a comer em resposta a emoções negativas. A fome emocional pode ser causada por vários mecanismos, e a microbiota tem sido apontada como uma via indutora de alterações desta natureza. Lactobacillus rhamnosus e Lactobacillus brevis se associam com maior consumo alimentar, enquanto Lactobacillus acidophilus, Bifidobacterium bifidum, Bifidobacterium lactis, Bifidobacterium longum, e Lactobacillus reuteri se associam com redução de autoavaliação de fome associada com estado emocional.

Existe importante inter-relação entre alimentos e microrganismos intestinais. Certos metabólitos microbianos podem transmitir sinais para o cérebro por meio de mediadores inflamatórios (como lipopolissacarídeos) e metabólitos neuroativos (como metabólitos do triptofano) e modular a liberação de peptídeos de células enteroendócrinas no intestino delgado distal, alterando o delicado equilíbrio da sinalização de apetite no hipotálamo.

Alimentos muito palatáveis e hipercalóricos podem desencadear maior desequilíbrio por mecanismos centrais de interrupção na sinalização dopaminérgica e por alterações intestinais que modificam a função aferente vagal. Incluem-se, ainda, endotoxemia metabólica, ativação imunológica sistêmica e alterações nos produtos microbianos.

Perturbações em qualquer nível do eixo cérebro-intestino podem resultar em comprometimento de mecanismos inibitórios que normalmente regulam a ingestão de alimentos. Isso pode aumentar a ocorrência de comportamentos relacionados a ingestão alimentar, tornando-o predominantemente hedônico, com maior desejo e excesso alimentares.

 


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A regulação da ingestão alimentar e a manutenção do peso corporal são processos complexos que sofrem influência das interações entre núcleos hipotalâmicos e hormônios intestinais, além de sinais químicos derivados do tecido adiposo. O que comemos é determinado pelo equilíbrio complexo que integra sinais derivados do intestino (grelina, insulina, colecistocinina, neuropeptídeo Y, GLP1), em conjunto com mediadores de estresse, metabólitos microbianos (ácidos graxos de cadeia curta), impulsos motivacionais gerados pelo sistema de recompensa central (sistema de recompensa dopaminérgica) e mecanismos inibitórios corticais pré-frontais.

A modulação da MI atua na sinalização neuronal, proposta anteriormente como importante mediador do equilíbrio na ingestão de nutrientes. A diversidade da MI pode estar associada a variantes nos genes que codificam a grelina. Isso significa que, de certa forma, as ligações entre a genética do hospedeiro e a MI estão relacionadas à modulação do apetite. Isso amplia nossa compreensão dos atributos funcionais da MI em distúrbios alimentares, além de abrir novas possibilidades de manipulação terapêutica da microbiota.

Nesse sentido, a compreensão da composição da microbiota intestinal possibilita prescrição individualizada para modulação intestinal. Saiba mais em: www.bioma4me.com.br

Referências:

Han H, Yi B, Zhong R, et al. From gut microbiota to host appetite: gut microbiota-derived metabolites as key regulators. Microbiome. 2021;9(1):162. Published 2021 Jul 20. doi:10.1186/s40168-021-01093-y

Gupta A, Osadchiy V, Mayer EA. Brain-gut-microbiome interactions in obesity and food addiction. Nat Rev Gastroenterol Hepatol. 2020 Nov;17(11):655-672. doi: 10.1038/s41575-020-0341-5. Epub 2020 Aug 27. PMID: 32855515; PMCID: PMC7841622.


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