Câncer de mama e microbioma
O câncer de mama é a neoplasia mais prevalente entre as mulheres, e é uma das principais causas de morte nesta população em todo o mundo. Vários fatores de risco para câncer de mama foram descritos, no entanto, a maioria das mulheres recém-diagnosticadas não possui fatores de risco previsíveis.
A disbiose, composição alterada do microbioma, também pode ocorrer no câncer de mama, e a composição do microbioma intestinal e deste sítio primário parece desempenhar um papel importante na etiologia da doença.
O microbioma intestinal secreta metabólitos bioativos (estrogênio reativado, ácidos graxos de cadeia curta, metabólitos de aminoácidos e ácidos biliares secundários) que podem modular o câncer de mama, atuando no metabolismo mitocondrial e outros eventos moleculares do câncer, pois parecem ser constituintes importantes do microambiente tumoral.
Embora a maior comunidade microbiana do corpo humano resida no trato gastrointestinal, ao discutir a disbiose no câncer de mama, o microbioma mamário também deve ser levado em consideração.
Essa comunidade bacteriana, ainda que mal caracterizada, encontrada nos ductos mamários, também exibe alterações em sua composição em casos de câncer.
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No tecido mamário, o fila das proteobactérias estava aumentado nos tecidos tumorais e a abundância de Actinobacteria aumentou nos tecidos adjacentes não cancerosos.
Ainda no tecido mamário de mulheres saudáveis e mulheres com câncer de mama em nível de família e gêneros verificou-se maior abundância relativa de Bacillus, Enterobacteriaceae e Staphylococcus em pacientes com câncer de mama, enquanto mulheres saudáveis apresentavam maiores níveis de Lactococccus e Streptococcus. Mycobacterium fortuitum e Mycobacterium phlei são espécies diferencialmente abundantes nas amostras de tumor.
O microbioma também pode ter efeitos indiretos no câncer de mama, pois a composição alterada do microbioma também está associada à obesidade e aos aumentos no índice de massa corporal (IMC) que são fatores de risco para câncer de mama. Existem outros fatores que levam à disbiose, como envelhecimento e doenças metabólicas (ex. diabetes tipo II, síndrome dos ovários policísticos, doença hepática gordurosa não alcoólica etc.) o que pode explicar a associação de eventos de câncer a essas doenças.
Embora estes achados sejam iniciais, disbiose e câncer de mama envolvem uma rede molecular complexa e profunda, que deve ser explorada para o desenvolvimento de novas terapias complementares aos tratamentos no combate do câncer.
REFERÊNCIAS
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